Na juventude a força física dos garotos aumenta muito. Na prática esportiva eles estão no ápice da agilidade, velocidade, resistência e força. Também na adolescência garotos e garotas intensificam as relações em grupos. As vontades ficam acentuadas e, por vezes, as rivalidades entre grupos com gostos diferentes acabam em confusões e brigas. Recentemente vimos casos de agressão como o do estudante Vitor Cunha, que foi espancado depois de tentar defender um morador de rua, no Rio. Ou da garota Rhanna Diógenes, agredida em Natal, que teve o braço quebrado depois de recusar um beijo em uma boate.
Por que a tolerância dos jovens parece tão reduzida? Por que eles fazem uso da força em vez de resolver as diferenças na base da conversa? Por que os preconceitos são levados aos extremos, chegando ao ponto de por em risco a vida de outras pessoas? É uma questão somente dessa fase da vida ou revela problemas culturais? A agressividade e a violência são diferentes entre meninos de classes sociais ou escolaridades diferentes?
O Câmara Ligada levou essas e outras questões para debate. O psicólogo GILBERTO MATTJE explica que a violência motivada pela intolerância e o preconceito costuma surgir quando os jovens sentem-se inferiorizados ou quando não conseguem atingir seus objetivos. A agressividade é a forma que encontram para se expressar. Observando jovens violentos e sugerindo formas de superar a agressividade, o psicólogo escreveu o livro “TOSCO”, que tem sido adotado com sucesso em escolas de Ensino Fundamental e Ensino Médio.
O estudante de sociologia DAVID VEGA também publicou um livro sobre jovens violentos. “CADARÇOS BRANCOS” conta da época em que ele, ainda adolescente, participou de grupos skinheads. Perguntado pelos estudantes da plateia do Câmara Ligada, David conta que um tempo depois de se envolver em brigas e confusões ele percebeu que a violência e a intolerância não se justificavam e decidiu mudar.
A DEPUTADA FEDERAL TERESA SURITA (PMDB/RR) contou dos projetos que acompanhou em Boa Vista (Roraima) na época em que foi prefeita da cidade. Relatora da LEI DA PALMADA, a deputada acredita que a família tem papel fundamental para evitar comportamentos agressivos entre os jovens e defende que os exemplos de tolerância devem começar em casa.
A BANDA SABONETES também contou histórias das suas turnês. Curiosa sobre as brigas nos shows de música, a plateia perguntou sobre as diferenças entre as tribos. Para ALEXANDRE CAJA, baterista do grupo, algumas situações que parecem violentas, como as rodas de pogo nos shows de rock, não são brigas como as que acontecem entre punks e carecas ou nos bailes funks. Para ele, a intolerância começa quando grupos diferentes se misturam e começam a se provocar.
O blog do programa foi atualizado pelo estudante de jornalismo Sérgio Vinícius, que faz parte do site do time do Gama: www.blogama.net. Sérgio Vinícius diz que já viu violência entre torcidas de futebol, mas que são casos de exceção.
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