quarta-feira, 18 de julho de 2012

Como a família pode ajudar nas férias


Foto: Dennis M. Ochsner


Durante as aulas, o mundo da criança gira em torno da escola e dos coleguinhas. A família ganha mais espaço nos fins de semana, mas, ainda assim, pode não ser o suficiente para uma convivência proveitosa. As férias são, então, uma grande oportunidade para interagir com pais, irmãos e outros parentes. 

"Boa parte dos membros das famílias de hoje não se conhecem, são estranhos uns aos outros. Os meses de descanso das crianças podem se tornar uma fase de reconhecimento", acredita a psicopedagoga Tânia Ramos Fortuna, que coordena um curso de extensão voltado para educadores que querem aprender a brincar com as crianças. Ela propõe diversas formas divertidas de brincar em família e, assim, aproveitar ao máximo as férias:



- Verdade ou Consequência:
Pensa que é só para adolescente? A famosa brincadeira, conhecida também como Jogo da Verdade, pode fazer com que familiares descubram histórias engraçadas uns dos outros e se vejam mais como seres humanos independentes. As crianças, com certeza, vão expressar sua curiosidade. É só formar uma roda e colocar uma garrafa no centro. Para decidir quem pergunta e quem responde, basta girar a garrafa - o gargalo aponta para quem pergunta, ou vice-versa.



- Viagem ao passado:
É claro que as férias de verão convidam à rua. Mas, quando a família já cansou de perambular, ou num dia de chuva, uma boa pedida é mostrar às crianças fotos delas mesmas de quando eram bebês. Elas podem estranhar no começo, mas logo vão se envolver e querer ouvir causos sobre a sua chegada ao mundo.



- Ciclo de filmes:
Durante as férias, a família pode promover um ciclo cinematográfico, em casa mesmo. Cada um escolhe um filme, todos se comprometem em assistir a todos. O pai ou a mãe pode, inclusive, organizar a programação em um cartaz. "O bom é que as crianças vão zelar para que o ciclo seja cumprido, e todos vão dividir seus gostos", explica Tânia.



- Rodada de jogos do tabuleiro:
Fim da tarde, todo mundo já voltou da praia... Ou na cidade mesmo, naqueles dias preguiçosos. Que tal resgatar jogos de tabuleiro antigos ou sair com as crianças para comprar novos?



- Oficina de Consertos:
Para entreter os pimpolhos e ainda transmitir uma cultura de preservação e reciclagem, os pais podem recolher brinquedos e objetos que precisem de reparos e montar uma mini-oficina. As crianças vão achar o máximo - só que devem ficar longe da cola quente e das ferramentas mais perigosas.



- Culinária:
Crianças adoram pôr a mão na massa. Reserve uma tarde para fazer um bolo, uma torta ou uma sobremesa com os pequenos. Peça para eles separarem ingredientes, misturarem e, claro, lamber a massa crua do bolo também é permitido.



- Festa temática:
No Ano Novo, se muitos familiares estiverem presentes, uma festa pode mobilizar a criançada e alegrar o ambiente. Música, adereços, convite aos vizinhos: delegue tarefas à garotada, que, na certa, vai se empolgar.



- Pés descalços:
"As crianças de hoje têm os pés muito limpinhos", brinca a psicopedagoga Tânia. Pois é hora de sujá-los um pouco. Leve seus filhos ao parque, à pracinha ou ao sítio daqueles amigos e esqueça germes e bactérias. Deixe-os brincarem na grama e na terra sem medo. O ganho será maior.


Matéria extraída do site: http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/ferias-com-familia-409158.shtml

segunda-feira, 9 de julho de 2012

COLUNA DO IÇAMI TIBA - Bullying e o instinto animal


Muito se tem falado sobre o bullying e, neste texto, abordarei o tema correlacionando-o com os instintos animais sob a ótica da Lei da Matilha.
Todos os animais têm instintos, que regem seus comportamentos. Todos os humanos são mamíferos e, em nós, são nítidos os instintos de sobrevivência e de perpetuação da espécie em cada um dos seus indivíduos. A grande diferença é que os humanos, por serem inteligentes, desenvolveram a civilização e a cidadania.  A lei instintiva da matilha procura eliminar seu componente mais fraco, mais lento ou defeituoso, pois estes enfraquecem a matilha, enquanto os civilizados os protegem.
Assim também temos resquícios de comportamentos animal nos relacionamentos sociais humanos.
Atualmente a educação de valores humanos da cidadania também foi atingida pelos acelerados avanços da civilização. A emancipação da mulher, a substituição da educação familiar pela escolar (com as crianças sendo levadas às escolas até com menos de 1 ano de idade), as dificuldades financeiras, o consumismo etc. trouxeram grandes diferenças nos funcionamentos das famílias. As crianças foram saciadas nas suas necessidades, o que é natural, e nas vontades, que precisariam ser educadas. Elas tornaram-se tiranas, mandando nos seus pais, chegando até mesmo a agredi-los fisicamente, por falta de limites e educação.
Pelo silêncio e não reação, os pais confirmaram esta tirania e os amados filhinhos tornaram-se tiranos não frustráveis, e quando frustrados reagem com violência. Ao agir, estas crianças seguem os conceitos humanos mais primitivos, quase instintos animais. Na família, o filho mais fraco é protegido pelos seus pais, mas seus irmãos em geral judiam dele, tiram vantagens pessoais da fraqueza dele: é o bullying sendo praticado dentro de casa.
Na escola, os alunos não aprendem somente o que os “professoras ensinam”, pois eles imitam e copiam os comportamentos dos mais fortes, nunca do mais fraco. Os pais em casa, também por ficarem tanto tempo fora de dela, quando estão juntos com os filhos tornam-se tolerantes e submissos aos caprichos e delinquências dos tiranos domésticos.
Os tiranos domésticos tiranizam também nas ruas. A grande oportunidade para ser líder é descobrir quem não reage, o que tem medo, o que pode ser dominado. Esta não-reação é o principal componente para que o bullying prossiga. O agressor se torna líder e impõe à vítima toda a sorte de abusos. Este vítima, além da dificuldade de reagir, torna-se refém das suas ameaças e entra em pânico. É quando apresenta calado os sinais de abusado pelo bullying.
Não há dois líderes numa matilha. Um é líder e todos os outros são seguidores. Quando um mais fraco é atacado pelo líder, é atacado também pelos seus seguidores. Assim ocorre com o bullying. Quando um líder ataca a sua vítima, naturalmente outros jovens sem educação adotam o mais forte como líder e também atacam a mesma vítima. Somente entre os humanos educados é que emerge aquele que vai proteger a vítima, pois não somos animais.
Compreendendo-se esta dinâmica, os pais e professores terão melhores condições de combater o bullying, interferindo com ajuda à vítima e educação do líder abusador e seus seguidores. A vítima tem que aprender a se defender. O líder e seus seguidores têm que aprender a ser cidadãos. Estes trabalhos devem ser feitos na parceria entre pais e professores para transformar maus líderes em seguidores. Portanto, alguém tem que ser mais forte do que eles, já que esta é a linguagem que eles entendem.

terça-feira, 3 de julho de 2012

As dificuldades da educação inclusiva




Segundo especialistas em educação especial, apesar do número de alunos com deficiência nas redes regulares de ensino ter aumentado, os desafios para se atingir a inclusão ainda são muitos.
“Hoje, temos as salas multifuncionais, a formação continuada, o duplo Fundeb e outros recursos. Existe um investimento por parte do MEC e dos governos. Mas isso não basta: o compromisso tem que ser de todos”, explica Elisa Schulünzen, professora da Faculdade de Ciência e Tecnologia daUniversidade Estadual Paulista – Unesp, de Presidente Prudente.

Elisa é pesquisadora de educação inclusiva e já trabalhou com mais de 250 crianças com deficiências diversas. “As escolas devem revisar seus projetos político-pedagógicos e os diretores devem solicitar as verbas, além de colocar essas metas no plano de desenvolvimento institucional da sua escola”, disse.
A discussão de um projeto pedagógico que contemple a diversidade dos alunos, segundo os especialistas, é polêmica. “A escola da homogeneidade foi uma ilusão do passado – era muito exclusiva. Hoje, essa escola tem diferentes etnias, crenças, cores e alunos com diversos ritmos de aprendizagem. A diversidade não está presente em quem tem deficiência. Por isso, é preciso flexibilizar sem deixar ninguém de fora, percebendo o que é desafio para cada um dos estudantes”, explica Regina Scarpa, coordenadora pedagógica da Fundação Victor Civita.
No entanto, ela aponta obstáculos como a infraestrutura das escolas, especialmente as públicas, que muitas vezes não oferecem o espaço adequado para o aprendizado e socialização das crianças com deficiência. “Tem que ter sala de apoio, tradutor de Libras [língua brasileira de sinais], materiais específicos, profissional de apoio especializado, entre outras coisas. Não adianta a criança com surdez estar numa escola regular que não tem um tradutor da língua de sinais, por exemplo”, afirma Regina. “Ter deficiência não impede a criança de participar da maioria das propostas da escola. Mas a inclusão a qualquer custo pode resultar em não aprendizagem.”
A avaliação das crianças com deficiência também é alvo de discussão entre os especialistas. “A inclusão demanda transformações estruturais em toda comunidade escolar, a começar pela ruptura da ideia de que os estudantes devem aprender da mesma forma, no mesmo ritmo, avaliados por instrumentos padronizados de desempenho”, avalia Rodrigo Mendes, do instituto que leva seu nome, uma organização sem fins lucrativos na área de educação inclusiva.
Para Helena Machado Albuquerque, docente da Pós-Graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP, é preciso mais investimento na educação especial. “Para a inclusão ocorrer, precisamos querer incluir. Para isso, faltam dinheiro e políticas focadas. Precisamos investir mais em professores e materiais”, considera.
Saiba Mais!
Fundeb: atende toda a educação básica, da creche ao ensino médio. Substituto do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), que vigorou de 1997 a 2006, o Fundeb está em vigor desde janeiro de 2007 e se estenderá até 2020.


Matéria extraída do site: http://www.blogeducacao.org.br/as-dificuldades-da-educacao-inclusiva/