Segundo especialistas em educação especial, apesar do número de alunos com deficiência nas redes regulares de ensino ter aumentado, os desafios para se atingir a inclusão ainda são muitos.
“Hoje, temos as salas multifuncionais, a formação continuada, o duplo Fundeb e outros recursos. Existe um investimento por parte do MEC e dos governos. Mas isso não basta: o compromisso tem que ser de todos”, explica Elisa Schulünzen, professora da Faculdade de Ciência e Tecnologia daUniversidade Estadual Paulista – Unesp, de Presidente Prudente.
Elisa é pesquisadora de educação inclusiva e já trabalhou com mais de 250 crianças com deficiências diversas. “As escolas devem revisar seus projetos político-pedagógicos e os diretores devem solicitar as verbas, além de colocar essas metas no plano de desenvolvimento institucional da sua escola”, disse.
A discussão de um projeto pedagógico que contemple a diversidade dos alunos, segundo os especialistas, é polêmica. “A escola da homogeneidade foi uma ilusão do passado – era muito exclusiva. Hoje, essa escola tem diferentes etnias, crenças, cores e alunos com diversos ritmos de aprendizagem. A diversidade não está presente em quem tem deficiência. Por isso, é preciso flexibilizar sem deixar ninguém de fora, percebendo o que é desafio para cada um dos estudantes”, explica Regina Scarpa, coordenadora pedagógica da Fundação Victor Civita.
No entanto, ela aponta obstáculos como a infraestrutura das escolas, especialmente as públicas, que muitas vezes não oferecem o espaço adequado para o aprendizado e socialização das crianças com deficiência. “Tem que ter sala de apoio, tradutor de Libras [língua brasileira de sinais], materiais específicos, profissional de apoio especializado, entre outras coisas. Não adianta a criança com surdez estar numa escola regular que não tem um tradutor da língua de sinais, por exemplo”, afirma Regina. “Ter deficiência não impede a criança de participar da maioria das propostas da escola. Mas a inclusão a qualquer custo pode resultar em não aprendizagem.”
A avaliação das crianças com deficiência também é alvo de discussão entre os especialistas. “A inclusão demanda transformações estruturais em toda comunidade escolar, a começar pela ruptura da ideia de que os estudantes devem aprender da mesma forma, no mesmo ritmo, avaliados por instrumentos padronizados de desempenho”, avalia Rodrigo Mendes, do instituto que leva seu nome, uma organização sem fins lucrativos na área de educação inclusiva.
Para Helena Machado Albuquerque, docente da Pós-Graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP, é preciso mais investimento na educação especial. “Para a inclusão ocorrer, precisamos querer incluir. Para isso, faltam dinheiro e políticas focadas. Precisamos investir mais em professores e materiais”, considera.
Saiba Mais!
Fundeb: atende toda a educação básica, da creche ao ensino médio. Substituto do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), que vigorou de 1997 a 2006, o Fundeb está em vigor desde janeiro de 2007 e se estenderá até 2020.
Matéria extraída do site: http://www.blogeducacao.org.br/as-dificuldades-da-educacao-inclusiva/
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