quinta-feira, 28 de junho de 2012

Universidade de Portugal oferece curso sobre cyberbulling dirigido para pais

Cursos de sete horas abordam conceitos básicos de novas mídias e ensinam estratégias de como lidar com a prática




A Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (Portugal) está oferecendo um curso gratuito sobre cyberbulling para pais e professores. Os cursos têm a duração de sete horas e contam com, no máximo, 15 alunos.

As sessões abordam conceitos básicos de novas mídias e ensinam estratégias de como lidar com o cyberbulling, e ajudar as crianças que sofrem com a prática. Para os professores há ainda um curso complementar online que tem a duração prevista de três semanas.

A iniciativa faz parte de um projeto chamado de "CyberbullingTraning-4-Parents" que já acontece em diversos lugares da Europa como Alemanha, Noruega e Irlanda, e no Oriente Médio, em Israel.

"O bullying não é um fenômeno novo, no entanto, os modos pelos quais ele se concretiza estão sempre mudando. Pesquisas recentes confirmam que o cyberbullying é uma ameaça substancial para as escolas", afirmou um dos treinadores.

Para saber mais sobre o projeto, clique aqui.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Gilberto Mattje participa da Feira Caminhos da Leitura

O autor do livro Tosco, Gilberto Mattje, foi uma das atrações do primeiro dia da Feira Caminhos da Leitura, dia 21. Ele ministrou aos professores palestra com o tema: Bullying: Estratégias de prevenção. Veja como foi sua passagem no estande da Editora Alvorada: 









Fotos: Karolinne Medeiros.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Projeto prevê escola para filho vítima de violência doméstica


O projeto de lei 3396/2012, de autoria de Sueli Vidigal (PDT-ES), foi apresentado em março deste ano e dá nova redação ao inciso II do art. 35 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, Lei Maria da Penha, substituindo o termo "menor" pela expressão "crianças e adolescentes".
Estabelece ainda que os centros de atendimento deverão compreender um núcleo educacional de ensino especializado para que os filhos das vítimas de violência doméstica possam permanecer em tempo integral, durante o dia.
Conforme o projeto, o art. 35 da Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006, passaria a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 35.(...)
II - casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes, crianças e adolescentes, em situação de violência doméstica e familiar;
(...)
Parágrafo único. Os centros de atendimento integral e multidisciplinar de que trata o inciso I, deverá compreender núcleo educacional de ensino especializado nas proximidades de casas-abrigo, preferencialmente em local contíguo, para que os filhos de vítimas de violência doméstica possam permanecer em tempo integral, durante o dia, no núcleo, e, à noite, com suas mães, nos abrigos". (NR)
Ao justificar a norma, a deputada afirma: "a forma mais adequada de romper o ciclo de violência aos direitos da mulher vítima de violência doméstica é proporcionar ao filho menor o acolhimento materno; fomentar a criação de um núcleo nas proximidades da casa abrigo, em local contíguo, onde os filhos menores estariam em escola em tempo integral e a noite com suas mães nos abrigos, criando, assim, um modelo de escola para filhos de vítimas de violência doméstica. Aliado a isso, ter-se-ia a atuação de um grupo multidisciplinar para o alcance de tal desiderato".
Pelo texto, após aprovada, a medida valerá a partir de 60 dias da transformação do projeto em lei.

A proposta, que tramita em caráter conclusivo, será analisada pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Namoro na escola: quais são os limites?

Texto: Marina Azaredo




Pode namorar na escola? Qual é o limite do carinho entre casais de adolescentes na hora do recreio? Qual é o papel da escola e qual é o papel da família? Essas são questões que, muitas vezes, dividem adolescentes, pais e professores. Exatamente por isso, é um tema que precisa ser tratado com cuidado. 


Namorar é algo íntimo e, em um espaço público, isso deve ser feito de forma comedida. Ainda mais na escola, onde há crianças e adolescentes de diferentes faixas etárias. Por isso, a maioria das escolas tem regras e limites para o namoro entre alunos. Nada mais justo. Mas é importante que essas regras não sejam apenas impostas, e sim discutidas e debatidas com toda a comunidade escolar. E é preciso que elas fiquem claras para todos. No entanto, mesmo com regras, alguns desentendimentos podem acontecer. 


No Colégio Vértice, em São Paulo, certa vez um jovem casal trocava um beijo em um local mais escuro perto dos banheiros enquanto uma professora de Artes passava com alunos pequenos pelo corredor. No dia seguinte, os pais de uma das crianças procuraram a escola: o pequeno contou em casa que tinha visto um casal transando no banheiro. "Não foi isso o que aconteceu, mas o jovem casal propiciou essa leitura", afirma Adilson Garcia, diretor da escola. O jovem casal teve de ser repreendido, para que não agisse mais daquela forma. 


No escola de São Paulo, os alunos são orientados a não dar beijos "de língua" e a não sentar no colo um do outro. "Não permitimos manifestações exacerbadas", resume Garcia. Para que as regras fiquem claras para todos e que os alunos entendam por que elas existem, o tema da sexualidade é trabalhado a partir do 6º ano do Ensino Fundamental, na disciplina "Educação para a Vida em Família", que também trata de temas como identidade e questões emocionais. 


Mas atenção: regras são importantes, porém proibir os adolescentes de namorar na escola não é o melhor caminho. "A escola é, antes de mais nada, um espaço público e deve ser tratada como tal", afirma Luciana Fevorini, coordenadora do Ensino Fundamental II do Colégio Equipe, em São Paulo. O ideal é conversar com os adolescentes e estabelecer os que os jovens podem fazer, onde e como. Confira algumas dicas para pais e professores tratarem do assunto: 


1 - A escola é o lugar certo para namorar?

Não é o lugar certo nem o errado, mas deve ser considerado um espaço público como qualquer outro. Andar de mãos dadas, pode. Dar um "selinho" ou outro, também. Mas não deve passar disso, pois outras pessoas podem se sentir incomodadas com demonstrações explícitas de sexualidade. E o problema não são só as crianças pequenas que podem estar no mesmo ambiente do casal de namorados. "Até para os professores pode ser constrangedor", diz Adilson Garcia, diretor do Colégio Vértice. 



2 - O que esperar da escola?
É preciso que a escola imponha limites ao namoro entre os adolescentes, mas sem proibir. O ideal é que o tema da sexualidade seja debatido em alguma disciplina e que os jovens entendam por que existem determinadas regras. "Como espaço público, é preciso que os adolescentes entendam que a diversidade deve ser respeitada e que ‘amassos’ muito fortes não são adequados em um espaço onde pode haver crianças", diz Luciana Fevorini, coordenadora do Ensino Fundamental II do Colégio Equipe. 


3 - Como a escola deve tratar a questão da sexualidade?
O ideal é que as regras sejam discutidas com toda a comunidade escolar para que as mensagens sobre limites sejam coerentes. Além disso, é importante deixar claro para os alunos o que é permitido e o que é proibido, explicando os motivos. Se a escola do seu filho não faz isso, reclame. Você tem esse direito!

4 - Como agir quando adolescentes dividem o espaço com crianças do Ensino Fundamental?
Manifestações exageradas de sexualidade devem sempre ser evitadas, mas quando há crianças no mesmo ambiente é preciso cuidado redobrado. "Os jovens devem prestar atenção, pois é importante não antecipar a sexualidade para crianças que sequer estão pensando nisso ainda", recomenda Luciana Fevorini, do Colégio Equipe. Por isso, muitas escolas têm turnos diferentes para o Ensino Médio e o Fundamental. No entanto, isso não significa que o "problema" esteja totalmente resolvido, afinal os primeiros namoricos começam já ao final do Ensino Fundamental. Manifestações exacerbadas, portando, devem ser evitadas sempre! 


5 - Como a escola deve agir se um casal apaixonado passar dos limites?
O melhor é caminho é conversar. Com os adolescentes e com os pais deles, se necessário. Primeiramente uma conversa com os jovens pode resolver o problema. É preciso explicar por que determinado comportamento é inadequado na escola, e não apenas proibi-lo. Se uma conversa franca não resolver, os pais devem ser chamados. O exagero nos "amassos" e nos carinhos é, afinal, um problema de comportamento como qualquer outro - são regras que estão sendo desobedecidas. 


6 - Como saber se a escola está agindo de acordo com as orientações familiares?
O melhor jeito de saber como a escola trata a questão é conversar com os professores e com a coordenação pedagógica. Em caso de dúvida, não hesite em ir até a escola e fazer perguntas. Você pode, inclusive, sugerir que seja feita uma reunião com pais e professores para esclarecer dúvidas sobre o assunto. Mas lembre-se de nunca desautorizar os educadores. Você pode até achar que um beijo "de língua" não é nada de mais, mas, se a escola proíbe, você deve orientar seu filho a respeitar essa regra. 


7 - Como tratar a sexualidade em casa?
O primeiro passo é analisar o que você suporta ou não dentro de casa. Se achar que ainda não está na hora de ver o seu filho namorando, você até pode proibi-lo (sem deixar de refletir sobre as possíveis conseqüências desse ato). É direito dos pais controlar o comportamento dos filhos. Mas o ideal mesmo é que vocês tenham um diálogo aberto e construam as regras juntos. 



segunda-feira, 11 de junho de 2012

Bullying em contexto escolar – como identificar?



«Olha o gordo! Anda cá caixa de óculos! Ninguém gosta de ti! Vens de outra terra para aqui, não devias ter saído de lá! Se não me deres o teu lanche, logo à tarde espero-te à saída da escola! Vai ali e bate naquele miúdo, se não o fizeres és tu que levas! Se não parares de chorar, não paro de te bater!»As expressões acima são algumas das possivelmente usadas em comportamento bullying. Em contexto escolar, bullying é o termo usado para descrever atos de violência física ou psicológica, repetidos e intencionais que podem ser praticados individualmente, por apenas uma criança ou por apenas um jovem, ou que podem ser praticados em grupo. O objectivo destes atos é intimidar ou agredir outra criança ou jovem, que se apresenta à partida incapaz de se defender e, por tal, encontra-se numa relação de claro desequilíbrio de poder. Cada vez mais, em Portugal, surgem casos de bullying escolar o que conduz, inevitavelmente, a mais estudos sobre este fenômeno. É fundamental que os pais e os educadores estejam atentos a esta situação, uma vez que ela pode conduzir a graves consequências físicas e psicológicas nas vítimas.

Como podem os pais ou os educadores identificar o agressor? Geralmente são crianças ou jovens muito autoritários, intimidadores e preconceituosos. Apresentam uma forte vontade de dominar e de controlar, bem como acessos de raiva e de fúria, em conjunto com abuso de força. O que fazem estas crianças ou jovens? Insultam a vítima, gozam com ela, chamam-lhe nomes; atacam-na fisicamente e danificam ou roubam os seus livros, material escolar, roupas, e outros. Dizem mentiras sobre a vítima, lançam boatos e rumores negativos, depreciam a sua família (principalmente a mãe) sem qualquer motivo. Realizam outros comentários negativos sobre o local onde vivem, sobre a sua aparência física, sobre a orientação sexual, sobre a sua religião, etnia ou nível de rendimento, sobre a sua nacionalidade ou qualquer outra inferioridade. Levam a vítima a fazer coisas que ela não quer, através da ameaça e da chantagem. Provocam o isolamento da vítima, excluindo-a de atividades de grupo, deixando-a de fora propositadamente.

O comportamento do agressor poderá basear-se numa dificuldade emocional; por detrás deste comportamento, poderão existir situações de trauma e de maus-tratos, dificuldades no controlo da raiva e na sua verbalização, dificuldades relacionais e perturbações de auto-imagem. O acompanhamento psicológico é fundamental para ajudar os agressores a tomarem consciência da sua agressividade, em verbalizá-la e compreendê-la, bem como em descobrirem um novo modo de relacionarem-se com os outros.

Na escola, onde acontecem estes atos de violência? Normalmente, em espaços sem supervisão adulta ou supervisão mínima, como balneários, corredores, pátios ou zonas escondidas da escola. De notar que o caminho escola-casa/casa-escola é, também, um local de excelência para a prática destes comportamentos. Como podem os pais ou os educadores identificarem uma vítima? De modo geral, trata-se de uma criança ou jovem aparentemente indefesa, introvertida e reservada, com pouca capacidade para expressar a sua agressividade e afirmar-se como pessoa. As consequências e efeitos negativos do bullying traduzem-se, geralmente, por um decréscimo nas notas escolares, bem como por uma repulsa aos trabalhos de casa, às idas para a escola, à participação em atividades escolares ou em qualquer outra iniciativa na escola. As vítimas podem desenvolver perturbações psicológicas, como depressão e ansiedade. Em casos extremos de angústia ou de dor, a vítima pode cometer suicídio. O acompanhamento psicológico permite que a vítima elabore os seus traumas, compreendendo as situações pelas quais passou e o que poderá fazer para as ultrapassar.

Por todas estas razões, é necessário que tanto os pais como os educadores e até os colegas estejam atentos na identificação destes comportamentos, para que tanto o agressor como a vítima possam ser ajudados nessa árdua tarefa que é reaprender a relacionarem-se.





Fonte: http://www.bullying.pro.br/index.php?option=com_content&view=article&id=347:bullying-em-contexto-escolar--como-identificar&catid=1:latest-news

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Agressores e vítimas formam esquadrão anti-bullying em escola na periferia de São Paulo

É hora do intervalo na escola estadual Jornalista David Nasser, no Capão Redondo, em São Paulo. Ao perceber que um amigo estava sendo ofendido - de novo - por termos como "bicha" e "viadinho", Amanda Soares do Nascimento, 13, resolveu partir para a briga. O grupo agressor revidou e, para não apanhar, Amanda e o amigo sairam correndo. Depois, eles tiveram de ser "escoltados" por um professor para evitar qualquer tipo de vingança. A cena, que era comum há um ano, virou caso raro.









Atualmente, vítimas e agressores fazem parte do mesmo grupo e divulgam pela escola a importância da tolerância e do respeito pela diferença. Dois estudantes de cada classe são escolhidos para integrar esse tipo de esquadrão contra o bullying e outras violências na escola. A ideia é resultado da combinação de dois programas -- o JCC (Jovens Construindo a Cidadania), promovido pela PM (Polícia Militar) e outro, da secretaria estadual de Educação, que institui a figura do professor-mediador [de conflitos] -- por meio de dois profissionais: a professora-mediadora Fabiana Laurentino da Silva e o policial militar Fausto Alves Ramalho.

Pode crer

Os alunos desenvolvem discussões, produção de propagandas e apresentações culturais. Para pôr fim aos maus-tratos, o teatro e a música mostraram-se bastante eficientes. O funk, ritmo apreciado por muitos, ganhou uma letra específica para o tema, redigida pelos próprios alunos. Diz um trecho: “a amizade é muito boa, estamos na escola para aprender. O bullying é muito errado e nisso você pode crer”.
Além de acalmar os ânimos, o contato com a arte e o fato de encontrar meios de se expressar revelou alguns talentos. Gustavo Soares da Rocha, 15, por exemplo, é o centro das atenções com as músicas que toca para difundir ideias de tolerância. Antes do programa, o garoto era o terror da escola -- com histórico de depredação do prédio e brigas com os colegas. "[Fazia aquilo] para fazer graça e ganhar respeito dos outros", conta. "Mas tem outras maneiras de fazer isso", explica.
Até agosto deste ano, o grupo se reunia em horário de aula, mas passou a fazer parte do conjunto de atividades extracurriculares. Os professores e a direção avaliaram que os estudantes não podiam abrir mão desse tempo em classe, apredendo as matérias do currículo.

De agressor a exemplo

Combinando as iniciativas, Ramalho e Fabiana têm trabalhado para tornar os causadores dos maus-tratos em combatentes da violência. Eles aproveitam o potencial de liderança e mobilização dos antigos agressores, usando essas características para evitar o bullying.
Maria Luiza Goes, 13, já experimentou os dois lados. Pernambucana, a menina debochava dos colegas estudiosos, perseguindo-os e chamando-os de "nerds" quando morava no Nordeste. Quando chegou à capital paulista, ela passou à posição oposta: “Fui chamada de nerd várias vezes”, conta. Depois de ter entrado no grupo, ela, que já havia se arrependido do que fazia na antiga escola, tenta passar sua experiência aos outros para que a história não se repita.
A história de Laiane Lopes Neres, 12, é parecida: ela já foi vítima e agressora. Ao representar uma personagem que se enforca por causa das seguidas agressões, a aluna se emociona e chora ao lembrar dos sentimentos que vieram à tona. “Nunca imaginei como seria estar numa situação assim”, afirma.

Diálogo

O grupo sabe de cor o que é bullying: “agressões físicas ou verbais repetidas que podem levar à depressão e até ao suicídio”. A definição, burocrática, ganha outras cores com casos como o de Mateus da Conceição, 13, que fala pelos cotovelos e não tem problemas para se expressar em público. Quem o vê hoje em dia não imagina que já sofreu depressão, parou até de comer e cogitou o suicídio. “Era tão humilhado que perdi a vontade de tudo”, conta. Para descontar a tristeza que sentia, resolveu atazanar um colega. “Puxava o cabelo dele, batia até deixar a cara roxa. Hoje vejo que coisa horrível eu fiz”, conta.
Para esses alunos, o grupo anti-bullying representou o fim de uma longa e triste história. “Agora sei que nunca deveria ter partido para a agressão”, diz Amanda. A intenção é justamente essa: substituir a violência pelo diálogo na resolução dos conflitos entre as crianças e os jovens -- conflitos esses que sempre vão existir.
“Queremos também mostrar à vítima que ela tem com quem contar dentro da escola”, diz Fabiana que sempre tenta colocar agressores e vítimas frente a frente para ajudá-los a resolver os conflitos. Muitas dessas duplas acabam se tornando amigos, como é o caso de Juliana Neres, 15, e Gustavo Soares da Rocha, 15. O garoto costumava xingá-la "por causa dos cadarços coloridos que [ela] usava". Atualmente, eles não se desgrudam e têm o hábito de realizar longos duelos ao estilo Harry Potter.
A turma está pensando agora em promover uma passeata pelo bairro para promover a luta contra o bullying. Eles querem até chamar uma fanfarra para animar a caminhada. Também negociam uma participação no programa “Altas Horas”, da Rede Globo, para mostrar o trabalho desenvolvido. “Vamos levar a discussão a outras escolas e até a países estrangeiros, pois o bullying não é um problema só do Brasil”, diz um dos alunos, apoiado em seguida pelos outros.


Fonte: http://educacao.uol.com.br/noticias/2011/08/22/agressores-e-vitimas-formam-esquadrao-anti-bullying-em-escola-na-periferia-de-sao-paulo.htm

terça-feira, 5 de junho de 2012

Aumentar espaço entre as letras ajuda disléxicos a ler


Crianças disléxicas podem ler melhor e mais rápido quando há uma separação maior entre as letras de um texto, segundo estudo publicado nesta segunda-feira na revista especializada PNAS. O trabalho, realizado por cientistas europeus com 54 crianças italianas e 40 francesas, todas com dislexia e idades entre 8 e 14 anos, mostrou que a precisão para decifrar palavras dobra e a velocidade de leitura aumenta 20% quando o espaço entre as letras é maior.
"Nossos resultados proporcionam um método prático para melhorar a leitura dos disléxicos sem necessidade de treinamento especial", concluiu o estudo chefiado por Marco Zorzi, do Departamento de Psicologia da Universidade de Pádua (Itália). Os cientistas atribuem o feito a que, com um espaço maior, se mitiga o fenômeno de "aglomeração" das letras que leva os disléxicos a não conseguirem distinguir claramente os caracteres.
Os trabalhos apresentados às crianças incluíram 24 frases curtas que elas deviam ler em duas versões: uma com o texto apresentado de forma normal e outra com o texto apresentado com espaço maior entre as letras. O texto normal estava escrito com corpo de letra de 14 pontos, enquanto na outra versão, o espaço entre as letras aumentou 2,5 pontos (um ponto corresponde a 0,353 mm, segundo os padrões).
"O espaço entre I e L na palavra italiana ''il'' (que significa ele) passou de 2,7 pontos (...) para 5,2 pontos", explicou o estudo. Os resultados são particularmente animadores porque separar mais as letras não só aumenta a velocidade de leitura das crianças disléxicas, mas beneficia especialmente os disléxicos mais graves, o que demonstra a eficácia do método.
Este, no entanto, não faz efeito nas crianças não disléxicas, segundo os autores, provenientes da Universidade de Aix-Marseille (França) e do Centro Nacional de Pesquisa Científica francês (CNRS). A dislexia é um transtorno que afeta a parte do cérebro dedicada à interpretação da língua. Não tem cura e estima-se que afete 15% dos americanos. Para tratá-la, costuma recomendar-se tutoria adicional e um intenso enfoque na leitura.


segunda-feira, 4 de junho de 2012

Políticos britânicos querem que escolas ensinem alunos a gostar do corpo


Deputados britânicos propuseram a introdução de aulas de imagem e expressão corporal nas escolas para combater o problema da crescente insatisfação com o corpo no país.

O grupo All Party Parlamentary, que reúne parlamentares de todos as agremiações políticas, fez a recomendação após conduzir estudo no qual constatou que duas em cada três pessoas no Reino Unido não está feliz com seu corpo.

O estudo, "The Reflections on Body Image" ("Reflexões sobre a Imagem do Corpo", em português), divulgado em conjunto pelos deputados e pelo YMCA (Associação Cristã de Moços), revelou que a imagem corporal é a principal preocupação de um em cada cinco meninos e uma em cada três meninas de 10 anos - que afirmaram ser esta a maior causa de bullying nas escolas.

Ele indicou também que meninas tão jovens quanto cinco anos de idade já se preocupam com a aparência, enquanto taxas de cirurgias plásticas cosméticas aumentaram quase 20% no país desde 2008.

Para especialistas, o bombardeamento de imagens de corpos "perfeitos" através da mídia seria um dos principais responsáveis pela falta de autoestima na população. Eles dizem também que o ideal de beleza propagado pela mídia - com ajuda da chamada "cultura das celebridades" - só é correspondido por cerca de 5% da população.

Toda a sociedade
 

Insatisfação com o corpo, o relatório mostrou, é um problema que afeta toda a sociedade, independentemente da idade, gênero, sexualidade, etnia, tamanho ou forma do corpo.

O problema foi identificado como fator-chave para a ocorrência de problemas de relacionamento e baixa autoestima, assim como para bloqueios na progressão escolar e no trabalho.

No entanto, os jovens e as crianças foram consideradas particularmente vulneráveis à ansiedade sobre seus corpos.

Embora as evidências sugiram que as preocupações sejam inicialmente emanadas pelos pais, no ensino secundário são os colegas de escola a maior influência.

Dietas para perda de peso são adotadas por cerca de metade das meninas e até um terço dos meninos.

Em resposta às conclusões, os membros da indústria dos dietéticos admitiram ao grupo parlamentar que as pessoas tinham "expectativas irreais" sobre perda de peso.

Os transtornos alimentares

O inquérito - que ouviu acadêmicos, instituições de caridade, peritos públicos e outros - também revelou que:

Acabar de vez com dietas pode reduzir em 70% os casos de transtornos alimentares no país Mais de 95% das pessoas que fizeram dieta recuperam o peso perdido 1,6 milhão de pessoas no Reino Unido convivem com transtornos alimentares Até um em cada cinco pacientes de cirurgia plástica poderia sofrer de transtorno dismórfico corporal Um em cada três homens admitiria sacrificar um ano de vida para alcançar o seu corpo ideal Um em cada cinco pessoas foram vítimas (de bullying) por causa de seu peso A presidente do All Party Parlamentary, deputada Jo Swinson, disse que a insatisfação com a imagem corporal no Reino Unido tinha "chegado ao ponto mais alto."

"A pressão para se adequar a um ideal inatingível corpo está causando estragos na autoestima de muitas pessoas."

A chefe-executiva da YMCA, Rosi Prescott, também disse que havia algo "muito errado na sociedade quando as crianças de cinco anos de idade estão preocupados com sua aparência, com base nas mensagens que estão vendo redor delas".

Ela acrescentou que é responsabilidade de toda a sociedade promover uma mudança coletiva quanto a imagem corporal, a fim de "evitar danos às gerações futuras".

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Manual de voo para gestores de escola

20 orientações para que a gestão na escola seja desenvolvida da melhor forma possível.
João Luís de Almeida Machad





As orientações de "voo" aqui contidas têm como foco principal os profissionais que atuam na direção, coordenação pedagógica e também na orientação educacional das escolas. É claro que há atribuições diferentes entre estes profissionais quer respondem pela gestão de uma escola e que, por conta disso, há entre eles a necessidade de atuarem como um time coeso, equilibrado e que foca a educação de qualidade como objetivo maior. As ideias aqui apresentadas, no entanto, resultantes da experiência e exercício de atuação como gestor e que fazem parte de uma trajetória que já supera os 25 anos de trabalho em educação, trazem questões gerais que são úteis a cada um destes profissionais. Trabalham principalmente o relacionamento com pais, alunos e colegas de trabalho, procurando destacar o lado humano destes encontros. Há também várias ideias relacionadas à organização e ao andamento diário das ações da escola. Este manual de voo traz à tona a diferença que podem fazer, no dia a dia, a compreensão, o diálogo, o respeito, a organização e a educação no tratamento com todas as pessoas que compõem o cotidiano de uma escola. Então vamos às orientações:
1- Todas as pessoas com as quais você trabalha são importantes, do pessoal da limpeza e manutenção aos outros gestores da escola. Trate todos de forma digna e correta, não se sinta inferior ou superior a ninguém, olhe a todos nos olhos e se dê igualmente o respeito. Você é mais uma peça essencial da engrenagem que move a instituição e, certamente, contribui muito para o sucesso da educação oferecida como todos os demais.
2- Não fale alto, aos brados, com nenhuma pessoa. Isso mostra destempero e despreparo. Se alguém se dirigir assim para você procure acalmar a pessoa e leve-a para conversar em separado. Esta exposição é ruim para todos e, num momento difícil, as pessoas falam o que não devem, acabam ofendendo ou agredindo mesmo a quem não tem relação direta com suas dificuldades e criam um clima difícil. Depois até se arrependem, mas o estrago já foi feito... Remediar é mais difícil do que prevenir...
3- Críticas são sempre em particular e elogios em público. Não exponha ninguém a situações de constrangimento perante colegas ou estranhos, isso magoa, fere e gera revolta que pode desencadear ações ruins para você, para a pessoa e todo o grupo. Por outro lado, as conquistas, que enaltecem as pessoas e ao grupo, devem ser saboreadas em público. Espocar champanhe é uma imagem comum que retrata muito bem esta celebração de felicidade coletiva pelo êxito de um, alguns ou todos e isso deve acontecer sempre que novas metas e vitórias forem atingidas.
4- Tenha sempre paciência e respeito no trato com as pessoas. Pais, alunos e professores querem, em primeiro lugar, falar sobre suas dificuldades, queixas, problemas ou então compartilhar seus êxitos, vitórias e alegrias, ou seja, querem ser ouvidos. Dê prioridade a escuta sensível!
5- Mantenha a serenidade até mesmo nas situações mais complicadas. Perder a cabeça não irá lhe trazer benefício algum. Na hora em que acontecem os incêndios aqueles que se desesperam são os que irão sofrer os piores reveses. Por isso mesmo, conte até 10, respire fundo, dê-se tempo para verificar os pormenores do que está acontecendo e articule suas ações sem se precipitar.
6- Diga bom dia, boa tarde, boa noite. Cumprimente as pessoas com sinceridade e com um sorriso no rosto. Isso irá fazer bem para você e para todos com os quais tiver contato.
7- Se interesse de forma genuína e verdadeira pelas pessoas com as quais convive e trabalha. Todos passam por alguma dificuldade ou problema que causa abalos e tristeza, inclusive você, isto é natural aos seres humanos. Estenda a mão, esteja disponível para ouvir, acolha estas pessoas nestas necessidades, seja solidário. Você não trabalha com robôs, mas com pessoas que cada vez mais se sentem carentes no mundo frio, distante e calculista que por vezes prevalece lá fora...
8- No dia a dia da escola ande pelos corredores e veja o que está acontecendo, se há alunos fora de sala de aula, se os professores precisam de algum apoio, se as salas e corredores estão limpos, se há equipamentos precisando de manutenção, se pais estão chegando à escola e precisam de alguma atenção ou atendimento, se os funcionários precisam de orientação ou auxílio...
9- O atendimento aos pais é prioridade. Se chegarem à escola e demandarem sua atenção, vá ao encontro deles, a não ser que seja realmente impossível por alguma outra demanda previamente agendada e impossível de ser cancelada como, por exemplo, as reuniões com professores, com gestores e com a direção. Esta prioridade também deve acontecer no início do dia com respostas rápidas (na medida do possível) a e-mails ou telefonemas.
10- No início do ano faça um check-list das instalações: verifique laboratórios, equipamentos de informática, salas de aula (carteiras, lousas e demais recursos ali instalados), banheiros, biblioteca...
11- Faça reuniões mensais (individuais) com os professores para verificar o andamento das aulas, as avaliações, as questões de rendimento e disciplina de alunos e turmas, as questões específicas de cada disciplina. Independentemente destas reuniões, mantenha sua porta sempre aberta para recebê-los e com eles conversar sempre que tiverem necessidade de seu suporte.
12- Registre e documente os encontros e reuniões com pais e professores. Faça fichas de avaliação individual e atendimento nas reuniões pedidas pelas famílias, tenha sempre em mãos informações dos alunos a respeito dos quais irá conversar com estes familiares (pergunte para os professores, faça anotações, veja registros individuais, busque dados com a Orientação Educacional, faça um levantamento do rendimento quanto a notas, tarefas e trabalhos).
13- Compartilhe informações com as equipes. Seja parceiro em tempo real e virtual dentro das redes internas da escola. Seja franco e honesto, aberto e sincero com os gestores e professores. Entenda que há questões que devem ser discutidas somente no âmbito dos gestores e outras que serão próprias ao contato com os professores. Não há lados, todos são membros de um mesmo time e devem jogar juntos pela vitória da educação, pela aprendizagem e crescimento dos alunos.
14- Atualize-se o tempo todo quanto às questões pedagógicas, mas não deixe de estudar também para exercer as funções de gestor, ou seja, específicas de quem está nos bastidores, pensando estratégias, organizando a navegação, olhando para o hoje e também para o amanhã, traçando rotas...
15- Em escolas há sempre calendários a serem respeitados: datas previstas de provas, comemorações, eventos... Fique atento a eles para não perder prazos e faça um planejamento prévio do que pode ser realizado em cada ocasião.
16- Preze (e muito mesmo) todos os parceiros fundamentais para o exercício de seu trabalho, no caso específico, além dos professores, os outros gestores, os funcionários da secretaria, os responsáveis pela manutenção, os monitores, bibliotecárias...
17- Os gestores da escola tem que ter uma visão estratégica do andamento da instituição tanto no que tange ao pedagógico quanto ao administrativo e, por isso, é vital estar em contato diário para se manter a par de tudo o que está acontecendo.
18- Participar de todos os eventos organizados pela escola com boa vontade e disposição é uma necessária condição para o trabalho dos gestores. Diretores, coordenadores e orientadores são profissionais de referência para pais, alunos, funcionários e professores. Serão observados quanto a educação, conhecimento, cortesia, assertividade, organização... Estar em uma destas funções significa representar a escola perante todos e é preciso esta a altura desta responsabilidade.
19- Nas reuniões de pais: É preciso conhecer o rendimento dos alunos; ver quais pautas são prioritárias para o encontro com os pais; orientar os professores quanto à fala que devem ter com as famílias; deixar as salas de aula organizadas para que os pais sintam o bom trabalho ali realizado; ter em mãos os documentos e produções dos alunos para entregar aos responsáveis; não encarar críticas como questões pessoais; ser firme e polido em suas respostas; demonstrar segurança em seus atos e palavras.
20- A internet e suas redes sociais não podem e nem devem ser utilizadas para se falar de questões da escola. Mantenha sua privacidade pessoal e profissional para evitar problemas.